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domingo, 3 de janeiro de 2016

Lição 12 - O Discípulo e o Fruto do Espírito Santo

Texto Bíblico

"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei" (Gálatas 5:22 e 23)

INTRODUÇÃO

O fruto do Espírito é a expressão da natureza e do caráter de Cristo através do crente, ou seja, é a reprodução da vida de Cristo no crente. Por si só, o homem não tem condições de produzir o fruto do Espírito. Sua inclinação natural será sempre de produzir os frutos da carne. Contrastando com os frutos (ou obras) da carne, o fruto do Espírito possibilita ao autêntico cristão viver de modo íntegro diante de Deus e dos homens. É necessário que o crente se submeta incondicionalmente ao Espírito Santo. O '...Fruto...' de Gálatas 5:22, conceituado como 'expressões do caráter cristão', está no singular provavelmente por tratar-se de uma única notável virtude implantada pelo Espírito Santo de uma só vez no crente.
É através do fruto do Espírito que o cristão participa da natureza divina. 

I. A NATUREZA DO FRUTO DO ESPÍRITO

O que representa e em que consiste o fruto do Espírito na vida do crente? O fruto do Espírito consiste nas nove virtudes ou qualidades da personalidade de Deus implantadas pelo Espírito de Verdade no interior do crente com a finalidade de conduzi-lo à perfeição, ou seja, à imagem de Cristo. Em suma, os frutos do Espírito representam os atributos de Deus; os traços do seu caráter. O crente precisa absorvê-lo com a ajuda do Espírito Santo. O fruto tem sua manifestação na vida interior, vem de dentro para fora, é o desenvolvimento da semente que caiu em boa terra e produz para a glória de Deus.
a. O fruto do Espírito representa 'expressões do caráter cristão':- O caráter cristão verdadeiro expressa-se no fruto do Espírito que é resumido no amor. Do amor surgem todos os demais atributos de Deus que são desenvolvidos no crente pelo Espírito Santo que nele habita. É por isso que o amor aparece encabeçando a lista das virtudes cristãs geradas pelo Espírito de Deus, por ser a fonte originária de todas as demais virtudes.
b. O fruto do Espírito representa a maturidade cristã: - O Espírito Santo produz o fruto do caráter cristão em nossa vida somente à medida que cooperamos com Ele. As línguas, a profecia, e até mesmo o conhecimento são úteis, e são dons maravilhosos do Espírito Santo, mas sua presença em nossa vida nem sempre é uma indicação de nossa maturidade cristã. A medida de nossa maturidade em Deus, depende de quão bem temos permitido que o Espírito Santo produza os traços do caráter de Jesus em nossa vida. A maturidade espiritual envolve melhor entendimento do Espírito de Deus e das necessidades das pessoas. 'O fruto do Espírito é resultado na vida dos que participam da natureza divina, ou seja, dos que estão ligados a Cristo a 'videira verdadeira' (João 15:1 a 5). Maturidade em Cristo envolve união com Ele; a limpeza ou a poda pelo Pai e a frutificação. Estas são as condições da frutificação e conseqüente vida cristã vitoriosa.

II. VIRTUDES OU QUALIDADES DO FRUTO DO ESPÍRITO
a. Qualidades universais:- Amor, alegria e paz. São virtudes direcionadas ao nosso relacionamento com Deus.
(1) Amor:- A palavra 'amor' neste trecho das Escrituras é a tradução da palavra grega 'ágape'. Este é amor que flui diretamente de Deus. 'O amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado' (Rm 5:5). É um amor de tamanha profundidade que levou Deus a dar seu único Filho como sacrifício pelos nossos pecados (Jo 3:16). É o amor de Jesus por nós: 'conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a nossa pelos irmãos (leia Jo 3:16; 15:2 a 13).
É muito fácil amar os seus entes queridos, como os pais, filhos esposos, parentes, amigos, esposas, etc. Mas, somente pelo Espírito Santo, você é capaz de dedicar o amor aos seus inimigos, de tal forma que lhes deseje o bem e perdoe as suas ofensas, de todo o coração, para jamais se lembrar delas.
(2) Gozo ou alegria: - Trata-se daquela qualidade de vida que é graciosa e bondosa, caracterizada pela boa vontade, generosa nas dádivas aos outros, resultante de um senso de bem-estar, sobretudo de um bem-estar espiritual, por causa de uma correta relação com Deus. Apesar das dificuldades financeiras, das enfermidades, das calunias, pela atuação do Espírito Santo, o crente está cheio de gozo em sua alma, como os apóstolos Paulo e Silas, presos injustamente, por causa do evangelho. Em vez de murmurarem, cantavam e oravam. Leia At 16:25.
(3) Paz: - Trata-se de uma qualidade espiritual produzida pela reconciliação, pelo perdão dos pecados e pela conversão da alma transformada segundo a imagem de Cristo (Rm 12:18). Leia Rm 5:1.
A queda do homem no pecado destruiu a paz com Deus, com outros homens, com o próprio ser, com a própria consciência. Foi por meio da instrumentalidade da cruz que Deus estabeleceu a paz (Cl 1:20).
O crente vive no meio da violência que gera insegurança e medo nas pessoas, mas essa virtude do Espírito lhe concede tranquilidade e confiança.
b. Qualidades sociais: - Longanimidade, benignidade e bondade. São virtudes direcionadas ao relacionamento entre os cristãos.
(1) Longanimidade: - É uma qualidade atribuída a Deus. Ele tem tolerado pacientemente todas as iniquidades do homem. Não se deixando levar pela ira nem pelo furor, manifesta seu amor, bondade e misericórdia; não usando sua justa indignação. De nós, os crentes, é esperado que nossas relações com os outros homens se caracterizem pela longanimidade do mesmo modo que Deus tem agido conosco. Leia 2 Co 6:6; Cl 1:11; 3:12.
Se Deus não fosse misericordioso e longânimo para conosco teríamos sido imediatamente consumidos.
(2) Benignidade: - Benignidade no original grego significa 'bondade' ou 'honestidade'. O crente que possui esta virtude é afável e gentil para com seus semelhantes não se mostrando inflexível e amargo. Deus é a fonte dessa qualidade e Cristo o melhor exemplo. Ele foi uma pessoa imensamente gentil, conforme o evangelho o retrata. Essa virtude torna o crente benigno, desejoso do bem a todos, principalmente para os seus inimigos.
(3) Bondade: - Representa a generosidade que flui de uma santa retidão dada por Deus. Se antes você praticava o mal, agora é bom para todos, sem acepção de pessoas.
c. Demais qualidade: - Fidelidade, mansidão e temperança ou domínio próprio.
(1) Fé ou fidelidade: - No original grego significa tanto 'confiança' quanto 'fidelidade'. A fé aqui indica a confiança em Jesus Cristo (Ef 2:8 e 9). Mediante esta qualidade do fruto, podemos alcançar a medida total da plenitude de Cristo (Ef 4:13). À medida que esse fruto amadurece em nós, nossa confiança em Deus é fortalecida. A fé não produto humano; ocorre através da operação divina e consiste em confiança plena de alma em Cristo resultante de uma experiência com Ele. É a certeza de que Deus existe e está sempre conosco para nos dar a vitória.
(2) Mansidão: - Trata-se de uma submissão do homem para com Deus, e em seguida, para com o próprio homem. A mansidão é o resultado da verdadeira humildade, que nos leva ao reconhecimento do valor alheio e a recusa de nos considerarmos superiores. Jesus disse: 'Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra' (Mt 5:5).
Essa virtude torna você manso e calmo, quando antes era agressivo e se irava por qualquer coisa que o contrariava.
(3) Temperança: - Parece ser o somatório de tudo. Quem a possui, tem o domínio próprio.
(a) Nas palavras: - Há um ditado popular que afirma: 'Não devemos falar o que sabemos, mas sim, sabermos o que falamos'. Isto é o que se pode chamar de sobriedade, domínio próprio. Leia Tg 3:2.
Encontramos nas Escrituras Sagradas diversos exemplos de pessoas mal sucedidas, porque falaram demais. Miriã e Arão, irmãos de Moisés, o criticaram, por ter se casado com uma estrangeira. Deus, então os castigou. Ela por ser a mentora da crítica, ficou leprosa por sete dias e ambos perderam o direito de entrar na terra prometida.
(b) Nas ações: - Quatro jovens judeus, levados cativos para a babilônia, foram escolhidos por Nabucodonosor para realizarem um curso, e depois servirem ao governo caldeu. O rei ordenou que os alimentasse com todas as iguarias da mesa real. Daniel e seus companheiros propuseram em seus corações (leia Dn 1:8). Solicitaram então, ao despenseiro que lhes fornecesse apenas legumes durante dez dias. Se após este período. Seus semblantes estivessem abatidos, aceitariam o manjar do rei. No entanto, se apresentassem bom estado de saúde, continuariam com a refeição escolhida por eles até o final daquele treinamento. Após aquele período de dez dias, seus semblantes eram melhores do que os dos demais jovens. Por isso continuaram com aquela alimentação, à base de legumes, até o final do curso. Esta é uma demonstração de força de vontade, temperança e sobriedade dos quatro judeus.
(c) Nos pensamentos: - Por falta de domínio próprio, Davi cedeu a tentação que o naufragou no pecado e o fez pagar as consequências pelo resto da vida. Era a época em que os reis saíam para a guerra. No entanto, ele passeava no terraço de sua casa real. Seu pensamento vagava distante, em busca de algo que satisfizesse o seu ego. Repentinamente, deparou-se com uma cena que o devorou, como uma labareda de fogo a consumir algo inflamável: uma mulher banhava-se, nua, no quintal de sua casa. A chama da sensualidade acendeu o desejo incontido no coração do rei de Israel de possuí-la. Quando percebeu o que fizera, já era tarde demais: havia se deitado com ela e tinha ordenado a morte de seu marido. Tudo isso aconteceu por falta do auto controle do pensamento que o levou a cometer aquela loucura. Leia 2 Sm 11:1 a 4.
O crente deve sempre ocupar-se com coisas boas. E a melhor terapia é ler a Bíblia, cantar hinos de louvor ao Senhor, visitar os novos convertidos, desviados e enfermos. A Palavra de Deus também nos recomenda que devemos fugir da aparência do mal (1 Ts 5:22). Só assim venceremos as tentações e manteremos a nossa sobriedade. Onde você estiver: no trabalho, na igreja, no ônibus, etc. Pense nas coisas celestiais e viva com Jesus, vitoriosamente.

Conclusão

Muitos crentes pensam ser possível cultivar somente algumas das manifestações do fruto do Espírito, negligenciando outras. Não é possível ser crente completo quando em nossas vidas faltam vários elementos que formam o fruto do Espírito. Se eu tiver amor e não tiver fé, não sou completo; se eu tiver todas as demais manifestações e for intemperado, não estou seguindo a vontade do Pai. O fruto do Espírito forma em suas manifestações um conjunto harmônico: faltando uma, as demais estão todas prejudicadas. se formos enxertados na videira, é claro que o fruto deve ser uvas. Ora, um cacho de uvas amputado, com a falta de algumas uvas, é um cacho incompleto, imperfeito. Se a videira é perfeita, é lógico que os frutos e as folhas o sejam também.

QUESTIONÁRIO

1. Em que consiste o fruto do Espírito na vida do crente?
2. Quais são as qualidades universais do fruto?
3. Quais são as qualidades sociais do fruto?
4. De que forma Deus tem mostrado a sua longanimidade?
5. Qual a principal característica de quem possui a temperança?