Texto
Bíblico
"Acerca
dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes"
(1 Coríntios 12:1)
(1 Coríntios 12:1)
INTRODUÇÃO
Os
dons espirituais formam a base do crescimento espiritual e capacita o crente
para o serviço. Seu exercício é fundamental, tanto na adoração como na
edificação da Igreja. Eles podem ser classificados em três grupos: primeiro,
dons de revelação: palavra da sabedoria, palavra da ciência e discernimento dos
espíritos. Segundo, dons de poder: fé, dons de cura e operação de maravilhas.
Terceiro, dons de inspiração: profecia, variedades de línguas e interpretação
de línguas.
I. DONS DE REVELAÇÃO
São
assim chamados porque concedem ao crente poder para o saber. Ou seja, recebemos
do Espírito Santo informações e revelações de forma sobrenatural, com a
finalidade de tornar-nos capazes de conhecer o pensamento divino e a intenção
dos opositores da obra divina, em certos momentos, ou para fins específicos.
I. A
palavra da sabedoria e da ciência: - A capacidade de saber e de aplicar as
revelações são as principais virtudes da sabedoria e da ciência.
A
palavra da sabedoria é conhecimento dado pelo Espírito que capacita o crente a
perceber, falar e agir em circunstancias tais que os elementos naturais se tornam
inúteis. Leia Tiago 3:17 e 1 Co 2:6 a 8.
A
palavra da ciência ou do conhecimento também não provém de habilidades humanas.
Não é adivinhação; fenômeno psíquico, perceptivo ou telepático (leia Dt 18:9 a
12) e nem tão pouco é o resultado de um profundo conhecimento bíblico e
teológico.
A
palavra da ciência é uma revelação sobrenatural que Deus concede aos crentes em
certos momentos de suas vidas, com a finalidade de socorrer os seus e
manifestar sua glória e poder.
As
palavras da ciência e da sabedoria se completam. A primeira permite conhecer os
segredos divinos; a segunda leva o crente a aplicar corretamente os
conhecimentos revelados.
II. Discernimento
de espíritos: - Como as palavras da ciência e da sabedoria, o dom de discernir
os espíritos é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo que permite
conhecermos a natureza e o caráter dos espíritos. Ajuda o crente a separar o
falso do verdadeiro, o puro do impuro, o santo do pecador, o joio do trigo e,
especialmente, a intenção dos corações. Leia 1 João 4:1.
a. Exemplo
do Antigo Testamento: - O profeta Elizeu, homem de Deus, desmascarou o espírito
de engano em seu servo que desejou tomar de Naamã um talento de prata e duas
mudas de roupa, como pagamento da cura de sua lepra. O pobre Geazi herdou
apenas a lepra. Os que compram e vendem os dons de Deus morrem leprosos, mesmo
que esta doença não seja visível no corpo, inunda a alma com a imundície deste
pecado, chamado de simonia (2 Reis 5:20 a 27).
b. Exemplo
do Novo Testamento: - É no Novo Testamento que este dom se manifesta em todo o
seu vigor, revelando os espíritos maus e enganadores dos últimos tempos. Em
Atos 16:16 a 18, Paulo enfrentou uma situação na qual precisou discernir os
espíritos. Ele conheceu a origem daquela bajulação e expulsou o demônio em nome
de Jesus Cristo. Os crentes precisam exercer este dom na atualidade, quando o
espírito de mentira está em muitos lábios, tanto ou mais que nos dias dos
apóstolos.
II. DONS DE PODER
Os
dons de poder são: dom da fé, dons de cura e operação de maravilhas. Eles
concedem ao crente meios para realizar obras espirituais entre os homens.
I. Os
dons de cura e operação de maravilhas: - Os dons de cura são concedidos como
uma solução divina capaz de amenizar o sofrimento humano, através da fé em
Jesus Cristo. Todas as enfermidades estão sujeitas à cura divina. Deus, de um
modo sobrenatural, comunica saúde e força aos corpos afligidos.
a. Jesus
deixou o exemplo: - Ele dedicou grande parte do seu ministério para curar
enfermos. Portanto, podia dizer aos seus discípulos: ‘curai os enfermos’. Leia
Tg 5:16 e At 14:8 a 10.
Jesus
tinha pleno conhecimento das condições do homem sem Deus. Corações
quebrantados, cativos do pecado, cegos espirituais, oprimidos pelos demônios.
Por isso, Ele disse em Lucas 4:18 e 19: ‘O Espírito do Senhor é sobre mim, pois
me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados de
coração, a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em
liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor’.
b. Como
operam os dons de curar: - A Bíblia apresenta os métodos utilizados no uso dos
dons de curar. Você pode vê-los especialmente no ministério dos apóstolos Paulo
e Pedro.
Nos
casos da cura do paralítico de Betesda e de Enéias, tanto Jesus como Pedro
usaram apenas uma palavra de ordem, sem oração, imposição de mãos, ou qualquer
outra atitude. Jesus apenas ordenou: ‘Levanta-te, toma a tua cama e anda’.
Pedro declarou: ‘Enéias, Jesus Cristo te dá saúde; levanta-te e faze a tua
cama’ (At 9:33 e 34). Leia Atos 19:11 e 12, Mc 8:23 e Jô 9:11 a 17.
c. Operação
de maravilhas: - O dom, também chamado de operação de milagres, prodígios e
sinais, se constitui em manifestações especiais do poder de Deus que fogem às
limitações humanas. São superiores e inexplicáveis. Ele demonstra o poder de
Deus na realização de coisas miraculosas e extraordinárias. Na operação dos
poderosos sinais que envolvem os milagres, o supremo Senhor, apenas usa da
forma que ele quer as leis e forças por ele mesmo criadas em socorro dos seus
filhos. Isso é milagre. Leia Gl 3:5.
II. O
dom da fé: - Implica na capacitação espiritual e sobrenatural que conduz o
crente a confiar em Deus, a fim de realizar proezas em nome do Senhor.
Existe
a fé natural, exercitada nas atitudes comuns do dia-a-dia, como tomar um
ônibus, um avião, crendo que vai chegar ao destino. Todo homem tem fé natural.
Há
a fé para a conversão. Quando se crê em Cristo como único Senhor e Salvador,
exercita-se a fé que salva: ‘Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a
tua casa’ (At 16:31). Há também a fé que se refere ao que o crente crê e
confessa, e se desenvolve através da meditação e do estudo da Palavra de Deus.
Mas,
no caso do dom, é a fé sobrenatural capaz de movimentar os dons de curar e a
operação de maravilhas.
III. DONS DE INSPIRAÇÃO
Os
dons de inspiração dizem respeito à virtude do falar, não pela mente humana,
mas pelo Espírito Santo.
I. O
dom de línguas e de interpretação: - A Bíblia faz menção das línguas estranhas
como sinal do batismo no Espírito Santo e também como uma concessão especial,
chamada de variedade de línguas ou, simplesmente, dom de línguas. Para que este
edifique a igreja, é necessário que haja interpretação; caso contrário, só a
pessoa que fala se edifica.
O
dom de interpretar, portanto, complementa o dom de variedade de línguas e deve
seguir a esta manifestação, para que toda a igreja seja edificada. Leia 1 Co
14:13, 18, 28, 39 e 40.
II. O
dom de profecia: - Profetizar, como dom, é falar aos homens em nome de Deus,
com a finalidade de edificar, exortar e consolar (leia 1 Co 14:3). O que fala
em línguas fala a Deus, a não ser que haja interprete; o que profetiza fala aos
homens, da parte de Deus. A profecia é o único, entre os dons, sujeito ao
julgamento da igreja. Leia 1 Co 14:29.
a. As
fontes da profecia: - O motivo que faz o dom de profecia sujeito ao julgamento
da igreja, é sem dúvida, as suas três fontes de inspiração: o espírito humano,
o espírito imundo e mentiroso, e o Espírito Santo.
A
profecia oriunda do espírito humano e suas possibilidades, você encontra
especialmente nos seguintes textos: Jr 23:16, 21 e 25.
O
dom de profecia não é um método humano de adivinhar a sorte, de prever o
futuro, nem de tornar realidade os desejos dos crentes. Leia 1 Cr 17:1 a 4 e Ez
13:1 a 8.
A
profecia do espírito imundo, cuja preocupação é imitar as obras de Deus e usar
o espírito de adivinhação e lisonja, pode muitas vezes passar despercebida pela
sutileza de sua manifestação. É preciso estar em sintonia com Deus, para não
cair no engodo da Satanás.
b. O
propósito do dom de profecia: - Sendo o propósito do dom de profecia, em
primeiro lugar, edificar a igreja, é natural que o melhor lugar para o seu
exercício seja no local onde os crentes se reúnem para a adoração.
Para
as finalidades de ensinar, instruir e dirigir, com vista ao aperfeiçoamento dos
santos, Deus mesmo deu à igreja apóstolos, pastores, evangelistas e mestres (Ef
4:11 e 12).
O
dom de profecia não é para doutrinar a igreja, instruir o pastor e nem dirigir
a vida dos crentes, e sim para informar, dar a entender pelo Espírito, deixando
as decisões com cada um segundo a medida da fé.
c. A
disciplina do dom de profecia: - É uma bênção, quando usado com a disciplina
que a Palavra de Deus recomenda:
-Todos
podem profetizar (1 Co 14:5);
-Em
cada culto, apenas dois ou três devem profetizar (1 Co 14:29);
-Dois
crentes não podem profetizar ao mesmo tempo, pois criam confusão e deixam
dúvidas sobre quem Deus está usando (1 Co 14:29).
-Se
um crente estiver profetizando e um segundo começar a fazê-lo também, só vai
criar uma competição entre profetas. A ordem é o segundo não iniciar, antes que
o primeiro termine, e, se o fizer, que o primeiro se cale. O ensino é que até
três podem profetizar, um após o outro, nunca ao mesmo tempo, pois Deus não é
de Confusão (I Co 14:31 e 33).
-A
prova de ser espiritual e profeta é aceitar o que diz a Bíblia (I Co 14:37 a
40).
Conclusão
Os
dons do Espírito são os meios pelos quais os membros do corpo de Cristo são
habilitados e equipados para a realização da obra de Deus. Sem os dons do Espírito,
ao invés de a Igreja ser um organismo vivo e poderoso, seria apenas mais uma
organização humana e religiosa.
QUESTIONÁRIO
1.
Como o dom da ciência e da sabedoria se completam?
2.
O que o crente pode fazer com os dons de poder?
3.
O que são operações de maravilhas?
4.
Qual o principal propósito do dom de profecia?
5.
Quem recebeu o dom de variedade de línguas que outro dom deve pedir a Deus?